sexta-feira, 25 de julho de 2014

Perú – Etapa II



Os autocarros nocturnos (night bus) são, sem sombra de dúvida, uma boa forma de viajar, sobretudo num país tão grande como é o Perú. É possível viajar de autocarro nocturno entre quase todas as cidades do Perú e com grande conforto, sobretudo se optarmos por lugares de “bus cama” nos quais os bancos se deitam quase completamente e fazem uma pequena cama. No Perú há 3 ou 4 grandes companhias mais reconhecidas que são as mais recomendadas não só pela qualidade do serviço mas também por questões de segurança rodoviária. Só viajando desta forma é possível adormecer nos Andes e despertar na floresta amazónia. 

Foi exactamente isso que nos aconteceu: Quando acordamos estávamos em Puerto Maldonado, a capital do distrito de Madre de Dios. 

O meio de transporte mais comum de Puerto Maldonado

Uma das ruas de Puerto Maldonado

Rio Madre de Dios
Uma banca do mercado de Puerto Maldonado

O objectivo desta visita foi o de conhecer um pouco melhor a floresta Amazónia, pelo que não perdemos tempo e fomos procurar formas de nos aventurarmos pela Amazónia adentro. 

Trilho na floresta

Optamos por uma visita de dois dias ao lago Sandoval parte da reserva nacional de Tambopata. Este lago é, acima de tudo, um local que convida à contemplação e reflexão num ambiente extremamente tranquilo sendo simultaneamente, um local cheio de vida. Logo à entrada do lago fomos saudados por uma família de lontras gigantes que, sem se aproximarem demasiado da nossa canoa nos acompanharam por breves momentos. 

Lago Sanadoval

Lontra-Gigante Pteronura brasiliensis

À volta do lago podemos encontrar selva primária e secundária e, por entre os trilhos disponíveis, podemos caminhar e descobrir, com alguma facilidade, várias espécies de aves, mamíferos, anfíbios, répteis ou insectos. 
"Tocon" - Titi Monkey Callicebus sp

Borboleta Julia Dryas iulia

Corvo marinho "Pato aguja"  Anhinga anhinga
 
Terminada esta magnífica experiência na selva apanhamos mais um autocarro nocturno e acordámos na cidade de Puno. Uma cidade plantada na margem do lago Titicaca a uma altitude de 3830 m.

Cidade de Puno
 
É do porto de Puno que saem os barcos para visitar as ilhas flutuantes de Uros. Apesar de estarem um pouco massificadas do ponto de vista da exploração turística, cremos que vale a pena uma visita. Estas ilhas são completamente artificiais sendo construídas com raízes de Totora (uma planta que existe no lago). 
Ilhas flutuantes de Uros

Os barcos, casas e diversos utensílios do dia-a-dia eram também construídos com partes destas plantas. 

Barco nas ilhas de uros

Desde Puno podemos fazer uma visita às ruinas pré-incas da necrópole de Sillustani junto ao lago Umayo. Um local tranquilo e repleto de história onde podemos conhecer um pouco mais da cultura Aymara. Apesar de não ser este o intuito deste blog não podemos deixar de aconselhar a Casa Panq’arani como um excelente local para ficar alojado em Puno.

"Chullpas" na necrópole de Sillustani

Lago Umayo
 
Aproveitando a proximidade fomos fazer uma visita à conhecida ilha do sol já do lado boliviano do lago Titicaca. A viagem de autocarro durou cerca de duas horas e a passagem na fronteira foi bastante simples e rápida. Partindo de Copacabana há vários serviços de barco que vos transportam até à ilha do sol. Por regra há uma paragem mais a sul e outra no norte da ilha. Podemos sair em qualquer das duas mas, por regra o que se faz é ir para a parte norte e caminhar cerca de 8 Km’s e voltar a apanhar o barco na paragem a sul. É uma caminhada muito bonita e desafiante com passagens muito perto dos 4000 m de altitude e com várias “portagens” já que há que pagar uma pequena taxa em cada uma das comunidades locais. 

Pequena baía da ilha do sol

Percurso pedonal que atravessa a ilha de norte a sul
 
PS: Nos passeios em altitude (e noutros) não esquecer o chapéu e o protector solar essenciais para evitar escaldões.